Chocolates finos do Sul da Bahia ganham mercado internacional
Lançada há apenas dois anos, no Sul da Bahia, a empresa familiar Modaka Cacau Gourmet chegou ao mercado com o diferencial de um produto artesanal feito à base de cacau 100% orgânico, plantado e colhido na própria fazenda do casal de produtores Fernando Botelho e Áurea Viana, no município de Barro Preto, em área de Mata Atlântica.
A fórmula é simples: amêndoas plantadas sem aditivos químicos, em sistema cabruca, sob a sombra de árvores nativas, que são selecionadas e transformadas em barras de chocolate com teor de 70% de cacau, amêndoas doces crocantes, granuladas ou nibs de cacau.
Já no primeiro ano, o catálogo de produtos inspecionados pela Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD) foi aprovado pelos consumidores e os empresários investiram em prospecção de mercados nacionais, exportando para estados como Rio de Janeiro e São Paulo, além da comercialização no estado baiano, incluindo a capital. Para atender à atual demanda, a marca processa 1 tonelada de matéria-prima a cada mês.
Com a entrada da empresa em mercados internacionais, o cenário é ainda mais promissor. “Envia- mos amostras para países como Colômbia, Argentina, Israel e Japão. Para atender aos novos consumidores, precisaremos aumentar a produção, já em 2014, para patamares superiores a 50%, podendo mesmo chegar a 100%, índice que vai depender da demanda”, afirma o produtor Fernando Botelho.
As embalagens dos produtos estão preparadas para o consumidor internacional, com rótulos em inglês, espanhol e português. Para chegar a este ponto do negócio, a participação em eventos serviu como vitrine da Modaka, impulsionando as vendas. A marca de chocolates e derivados foi apresentada em 2012 no Salão do Chocolate, em Salvador, e no Festival Internacional do Chocolate, em Ilhéus. De lá para cá, a empresa vem investindo na participação em grandes eventos.
Em visita à Itália para participar do 35º Salão Internacional do Gelato, Confeiteiro e Panificação Artesanais, em Rimini, ocorrido entre 10 e 22 de janeiro, a filha do casal, Patrícia Viana, que ajuda os pais a tocar o negócio, aproveitou para prospectar novos mercados. “Esse é um bom momento para os produtos orgânicos e o exterior está de olho na potencialidade do Brasil nesse setor”, conta Patrícia. A empresa familiar integra o projeto do Sebrae Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau, formatado para auxiliar pequenos produtores do setor a ganhar maior competitividade através de mais visibilidade, melhores condições de concorrência e acesso a mercados.
Além dos eventos e rodadas de negócios, o Sebrae auxilia os produtores com capacitação técnica em cursos e seminários. “Em 2013, por exemplo, foi ofertado aos produtores um seminário de Estratégias Empresariais, especialmente formatado para os integrantes do projeto”, explica o gestor do projeto Eduardo Benjamin Andrade.
As amêndoas são transformadas em chocolate com teor de 70%, amêndoas doces crocantes, granuladas ou nibs de cacau
Projeto Indústria Setorial Ilhéus Derivados de Cacau - Iniciado em junho de 2012, o Projeto Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau atende a 30 empresas de pequeno porte que estão legalizadas e aptas a comercializar seus produtos nos segmentos de produção de chocolate, trufas, amêndoas de cacau salgada e doces e polpas de frutas de cacau.
“Depois da etapa inicial de consultorias e prospecção de mercados, o ponto mais importante é que os empresários hoje já estão andando praticamente sozinhos, abrindo seus mercados e comercializando seus produtos. O Sebrae e parceiros continuam a apoiá-los para ter acesso a feiras, participação em rodadas de negócios, inovação em marcas, embalagens e incentivo à participação e formalização de novos produtores”, explica o gestor Eduardo Benjamin Andrade.
O projeto também incentiva o fortalecimento do setor através do associativismo e cooperativismo, com ações de tecnologia voltadas para a melhoria dos processos e produtos, identidade visual, higiene e manipulação de alimentos.